sexta-feira, 18 de agosto de 2017

A geração "Sons of Anarchy"


Hoje em dia a problematização de tudo e a uma cultura de ódio crescente, vêm causando sérios danos em nossa sociedade e isso se reflete, infelizmente, no meio motociclístico. 

Muito tem chamado a atenção algumas reações desproporcionais para com alguns fãs da série “Sons of Anarchy” que tenho visto em minhas redes sociais. E isto me faz lembrar que vivemos em um país livre e que, por isso, nada impede alguém que seja fã da série de ter seu colete, moletom, camisa, ou mesmo uma moto customizada.

No entanto, o fã da série tem que entender que usar um colete do SOA e querer ser um “machão marvadão” não o faz um motociclista, não o torna igual àqueles que passam anos e anos galgando degraus na hierarquia de um MC ou MG sério, até se tornar um membro de escudo fechado, ou seja, é tudo uma questão de respeito, de entender o seu lugar e seus limites.

Neste momento chegamos ao contraponto, pois, da mesma forma, nada, absolutamente nada, dá direito a qualquer motociclista de agredir, desrespeitar, ou atacar, de qualquer forma, um fã da série “Sons of Anarchy”, pois isso o faz tão ou mais idiota do que o fã empolgado que se acha motociclista porque está de colete com um brasão fictício.

Os motociclistas, e nestes me incluo, têm que entender que a grande maioria dos fãs da série findam se interessando pelo motociclismo e nos respeitam como motociclistas. Assim, ao invés de agredí-los ou maltratá-los devemos aceitá-los e ensiná-los os verdadeiros caminhos do motociclismo.

Se, como motociclistas, pregamos tanto respeito, devemos, mais do que todos, saber respeitar aqueles que, por causa de uma série de TV, passam a admirar nosso estilo de vida e querer ser o que somos.

Afinal todos tivemos nossas referências, sejam estes filmes como “Easy Rider”, “Motoqueiros Selvagens”, “Desafiando os Limites”, “O Regresso do Rebelde”, “O Selvagem da Motocicleta”, “À Sombra de Um Disfarce”, ou séries como “Chips”, “Sons of Anarchy”, “Gangland Undercover”, “Demônios do Asfalto”, “Motociclistas Fora da Lei”, entre outras.

Então por que não abraçar em nosso meio estes jovens? Por que não ensinar o verdadeiro significado de nossa irmandade? 

Fazendo isso, um dia, no tempo certo, estes jovens, se bem orientados e acolhidos, poderão sim nos seguir, e, ao invés de um brasão fictício, ostentar em seus coletes as cores de um MC ou MG sério e tradicional, chegando a ser, além de admiradores, nossos irmãos.

Rubens Leite Nogueira da Silva
Presidente do Skull Rocker’s Motorcycle Club

Since 2015

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